05/01/2010

2010 - Ano Europeu da Luta Contra a Pobreza e Exclusão Social


Bruxelas vai disponibilizar perto de 17 milhões de euros para um orçamento que será complementado a nível interno com o financiamento próprio dos Estados-Membros. Para colocar na ordem do dia a pobreza, Portugal gastará em 2010 mais de 700 mil euros e as autoridades prometem mobilizar a sociedade civil para o combate à exclusão social.

Num país em que se estima que haja dois milhões de pobres, o presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza em Portugal, Rui Moreira, admite que a ajuda do Estado pode justificar-se nesta altura de crise mais profunda. No entanto, para Jardim Moreira, esse não é o caminho para resolver o problema de fundo: "por mais soluções que possamos ter, pelo menos por causa da crise vigente. A erradicação da pobreza vai ser um fenómeno muito difícil de atingir. Precisamos de mudar a mentalidade e a actividade da sociedade em geral, de pôr as pessoas em primeiro lugar nas preocupações sociais, políticas e económicas".

O presidente da Rede Anti-Pobreza em Portugal explica que, a nível político, «é necessário perceber que não basta ter um emprego porque grande parte dos nossos pobres têm um emprego mas têm um vencimento tão baixo e tão inseguro que não permite criar condições para as famílias poderem aliviar as suas necessidades e a sua qualidade de vida». Jardim Moreira afirma que não tem ilusões quanto ao balanço final que poderá ser feito quando 2010 terminar e considera que seria muito pouco realista «esperar uma espécie de milagre» e alerta para o perigo da «subsidodependência» para o país.

A Cruz Vermelha Portuguesa vai continuar a contribuir, de acordo com a sua missão, com os meios que tem aos seu dispor e com os novos projectos que tem agendados para 2010, para o aumento da inclusão social.

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